domingo, 3 de outubro de 2010

Meu melhor amigo. Bob.


Desde criança eu já demonstrava um jeito peculiar.

Bob, foi meu primeiro melhor amigo, ia para a escola comigo, sentava ao meu lado todos os dias, nunca me deixava sozinha, escutava todas as minhas babaquices, aceitava todas as brincadeiras que eu lhe obrigava brincar. E mesmo nunca fazendo nada e recebendo bronca, me perdoava. Ele era perfeito eu sei. Quer dizer ele é. Se ele existisse de fato creio que já teria me apaixonado, acontece que Bob é meu amigo imaginário. E não, ele não deixou de existir depois que deixei de ser criança. Até hoje está comigo.

Às vezes me pergunto se ele não é a minha consciência. Se for, prefiro continuar chamando a de Bob. Soa mais familiar.

É a primeira vez que falo dele, nossa amizade era como uma seita secreta. Minha mãe que por vezes me via conversando com ele, mas achava normal, vindo de mim, criança solitária, filha única. Sou singular para Bob, e é confortante saber que para sempre será assim.

Imagino quando eu (se eu) casar. Bob será meu amante, o melhor de todos, o levarei até para a noite de núpcias e para a lua de mel. Se meu marido não gostar dele? Oras, eu descaso.

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